Sacralização da política, profanação da religião

Por Antonio Ozaí da Silva:

Do ponto de vista religioso, sagrado e profano são opostos. Porém, tal oposição não ocorre de uma maneira dicotômica na qual os pólos se excluem; sagrado e profano se relacionam, se complementam. A religião diz respeito ao sagrado e sua relação com o profano é mediada pelo ritual. As instituições religiosas são responsáveis por esta mediação; é preponderantemente nelas e através e delas que os fiéis adentram no mundo sagrado. A experiência do sagrado pressupõe o culto, personagens específicos imbuídos de sacralidade, determinados lugares e tempo. No mundo moderno, as igrejas concentram estas características e se confirmam como instituições que administram os bens simbólicos religiosos, isto é, o sagrado. É no espaço e tempo destas instituições, com seus cultos específicos, pastores, sacerdotes etc., isto é, indivíduos legitimados pela instituição, que os fiéis vivenciam o sagrado. Na íntegra.

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