Sobre a menopausa

Por João Batista Leonardo:

No decorrer da vida, a mulher passa por fases hormonais bem marcantes, dentre elas, a puberdade, a maternidade e a menopausa.
A menopausa, nada mais seria senão o final espontâneo das menstruações. Na mulher brasileira acontece comumente, entre os 46 e 56 anos.

A última menstruação, somente pode ser dita menopausa, quando a causa for a deficiência ovariana. Nesse espaço de tempo estão sendo encerrados os ciclos menstruais e ovulatórios.
O período que envolve a menopausa, antes e pós a última regra, é chamado de climatério. É a passagem da fase reprodutiva da mulher para a fase não reprodutiva. Época em que o organismo deixa de produzir, lenta e gradativamente, os hormônios ovarianos.
Os ovários são os órgãos feminizantes. A mulher tem características femininas porque tem os ovários. Eles produzem, além do óvulo que é a semente feminina, líquidos denominados, hormônios femininos que são os estrogênios e a progesterona. No sangue, vão para todo o corpo agindo especificamente. Os ovários começam produzir os hormônios na puberdade em quantidade normal até o climatério e persistem até algum tempo após a última menstruação, em quantidades menores.
Os hormônios femininos dão o toque na conformação de mulher: silhueta corporal característica da fêmea humana. Pele macia, cabelos sedosos, poucos pêlos e distribuídos com rigor, desenvolvimento das mamas e órgãos genitais. Têm importância no psiquismo marcante feminino, onde predomina o detalhe e a emoção. Têm muita importância na libido (desejo sexual). Também, no metabolismo e em todos os órgãos.
Com a diminuição e até a parada da produção dos hormônios a mulher sentirá sua falta com evidentes manifestações clínicas e sintomas, variando de uma para outra mulher.
Um dos sintomas mais característico são os “fogachos”, são manifestações de calor e rubor, principalmente na face, pescoço, braços e mãos; são cíclicos, duram em torno de 15 a 60 segundos e acontecem várias vezes ao dia, mormente quando a mulher está nervosa, ou ingere comida ou bebida quente ou encontra-se em lugar aquecido. São conhecidos popularmente como “ondas de calor”. Além dos fogachos aparece ainda, o aumento dos suores noturnos, batedeira, náuseas, mal estar, dor de cabeça, fadiga, formigamento nas mãos e pés, dores no corpo, pele seca e consequente enrugamento. Alteração na distribuição da gordura corporal, aumentando o abdômen. Para o lado emocional aparecem as depressões, ansiedade, insônia, nervosismo e diminuição do desejo sexual.
Não havendo tratamento, mais tarde aparecem: A atrofia das mamas, ressecamento dos órgãos genitais, dificultando o ato sexual. Infecções das vias urinárias, engrossamento da voz, aparecimento de pêlos no corpo e rosto. Outra consequência tardia da deficiência dos hormônios femininos é a osteoporose, que seria o enfraquecimento dos ossos, devido à modificação da reposição do cálcio na massa óssea. Pode haver aumento da pressão arterial, do colesterol e da glicose.
A mulher menopausada não deixará de ser feminina, porém a falta dos hormônios ovarianos vai envelhecê-la, rapidamente, e chocá-la com modificações corporal e psicológica importantes.
Partindo do princípio que os hormônios femininos são tão importantes para a mulher e tudo que ela tem de feminino, deve aos hormônios, a falta deles ou a escassez é um verdadeiro TRANSTORNO na vida dela. Assim pensando eu acho que todas as mulheres durante o climatérico devem ser acompanhadas e devem fazer a reposição hormonal, respeitando evidentemente, as indicações e contra indicações de cada uma.
O acompanhamento e reposição hormonal na mulher menopausada será o assunto que abordarei no próximo domingo.
Até lá.
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(*) João Batista Leonardo é médico e escritor em Maringá. Originalmente publicado no Jornal do Povo

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