UEM diz que governo investe R$ 1,7 mil por aluno e não os quase R$ 12 mil divulgados pelo TCE

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Ao contrário do que divulgou o Tribunal de Contas do Estado, o dinheiro que o governo investe mensalmente por aluno de graduação da UEM é R$ 1.731,00 e não os R$ 11.727,00 divulgados pelo órgão dias atrás. A informação foi divulgada agora à noite pela Universidade Estadual de Maringá.

O valor que o governo investe mensalmente para manter cada um dos 14.884 alunos matriculados nos cursos presenciais de graduação na instituição é quase sete vezes maior do que representa o valor real.
Segundo a UEM, se as cifras apresentadas pelo Tribunal de Contas fossem verdadeiras, o orçamento anual da universidade seria de mais de R$ 2 bilhões, resultante da multiplicação do valor supostamente gasto por aluno. “É mais do que o governo investe nas sete universidades estaduais”, rebate o reitor Mauro Baesso. “Na realidade, o orçamento para 2017 da UEM é de R$ 522.154.783,00, de acordo com a LOA (Lei Orçamentária Anual)”, pontua.
Ao estimar qual o investimento necessário para manter um estudante de graduação, a UEM aplicou metodologias utilizadas em outros estudos semelhantes e publicadas em revistas científicas. É um cálculo complexo, mas que em linhas gerais indica que o custeio da graduação não é se faz com a totalidade do orçamento. “Trabalhamos com um percentual de 60%, que abrange as diferentes variáveis que definem os componentes do custo da graduação”, adianta o vice-reitor Julio Damasceno.
Dessa forma, tomando por base 60% do orçamento executado no exercício de 2016, no valor aproximado de R$ 309 milhões, e o total de 14.884 alunos de graduação nos cursos presenciais, chega-se no valor acima mencionado, de R$ 1.731,00 mensais, que é o investimento do Estado na formação de um aluno de graduação na UEM.
Nessa conta, acrescente o fato de que a formação de um aluno em uma instituição pública de ensino superior de qualidade como a UEM está associada a múltiplas ações oferecidas dentro de atividades de ensino, pesquisa e extensão.
E para além dos repasses financeiros do Estado, a UEM mostra grande capacidade de captação de recursos através de prestação de serviços, projetos de pesquisa e convênios com empresas, agências de fomento e outras instituições nacionais e internacionais. Segundo a assessora de Planejamento da instituição, Alice Murakami, nos últimos cinco anos a UEM conquistou mais de R$ 380 milhões, por meio dessas fontes e que representam mais de 15% do orçamento anual da instituição.
Para o reitor, essa capacidade de captação de recursos reflete a alta produtividade dos pesquisadores da UEM, que tem mais de 90% dos professores com título de doutor. “É um dinheiro que também movimenta a economia e o desenvolvimento local e regional”, lembra Mauro Baesso.
O reitor ainda rebate outras supostas irregularidades apontadas pelos técnicos do TCE, que dizem respeito ao reajuste de salários e a contratação de pessoal. Sobre esse assunto o reitor reafirma que a UEM atende as determinações do governo. Fora os reajustes salariais concedidos pelo governo, os servidores contam com a progressão na carreira, que também está prevista em lei estadual. No que tange às contratações por meio de concurso público, estas dependem da anuência do governo do estado. Segundo o pró-reitor de Recursos Humanos, Luiz Otávio Goulart, desde 2014, não há anuência do governo para contração de efetivos. “Isso implica que a universidade sequer consegue repor o quadro de servidores”, diz o pró-reitor.
A UEM conta com uma estrutura acadêmica que compreende 62 cursos de graduação, ofertados nos câmpus de Maringá, Umuarama, Cianorte, Ivaiporã, Cidade Gaúcha e Goioerê. Também são 52 cursos de mestrado e 26 de doutorado, além de 48 cursos de especialização em andamento, distribuídos por várias áreas do conhecimento.
Nesse cenário, continua release divulgado pela instituição, a universidade abriga um total de 23.813 alunos, entre acadêmicos de graduação, nos cursos presenciais e a distância, e de pós-graduação, também nas duas modalidades. Possui um sistema multicampi que também contribui para o desenvolvimento regional, mantém cinco fazendas que constituem campo para ensino e investigação científica, uma escola agrícola em Diamante do Norte e uma base avançada de pesquisa em Porto Rico. Sem falar no Colégio de Aplicação Pedagógica que demanda recursos e no Complexo da Saúde, formando uma rede de apoio importante na implementação de políticas públicas federais, estaduais e municipais.
Anualmente cerca de 3 mil profissionais recebem o diploma de graduação. A UEM forma ainda aproximadamente 1.600 mestres e doutores por ano. Entre os alunos de graduação, cerca de 1,5 mil participam de projetos de pesquisa. São mais de 400 projetos de extensão e 442 laboratórios que prestam serviço à comunidade. Destaque para uma central analítica que congrega equipamentos de alta complexidade e promove o desenvolvimento de pesquisas multidisciplinares, sendo considerada, pela Finep, modelo na área de pesquisa e inovação.
“A UEM é uma universidade que se sobressai pela excelência, demonstrada em diferentes rankings nacionais e internacionais. Uma instituição desse porte não se consolida da noite para o dia, antes depende do esforço de muitas mãos. É um trabalho que leva tempo e não se constrói apenas com quadro negro e giz”, desabafa o reitor.

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