GTFoods: erro de gestão?

GTFoods

Do leitor:

Para quem entende de gestão de negócio, veja o relatório de administração de 2015 para formar uma opinião sobre este pedido de recuperação judicial.
Afinal de contas, os responsáveis para esta situação não são os bancos, não são as conseqüências das decisões de políticas do governo federal, mas sim os seus gestores.

É interessante constatar que a receita liquida da GTFoods passou em 2010 de R$ 358 para R$ 1,734 milhões em 2015, ou seja, representando um crescimento de 484% em 6 anos. Para sustentar uma taxa de crescimento tão incrível, precisa proporcionalmente investir altíssimos recursos financeiros e consequentemente recorrer a financiamento bancário.
Isto significa expor e enfraquecer a sua empresa a altíssimo risco caso os ventos venham a mudar de lado, o que está ocorrendo atualmente. Em 2014, os dois sócios da GTFoods anunciaram publicamente as suas intenções de alcançar um faturamento de 2 bilhões para poder tornar a empresa de capital fechado em empresa de capital aberta (Bovespa).
Geralmente uma operação de abertura de capital pode gerar faturamento de centenas de milhões de reais de venda de capital própria pelos seus acionistas-fundadores.
É o caso da família Batista, do grupo JBS, que no processo de abertura na Bovespa e venda de capital geraram alguns bilhões de capital que depois foram retirados da JBS e investidos pessoalmente em outras empresas. Esta montagem financeira além de poder recorrer a aumento de capital necessário para o desenvolvimento da empresa, tem como outro objetivo de garantir para os seus fundadores a constituição de um capital próprio e seguro independente da saúde financeira da empresa.
Talvez os fundadores da GTFoods tenham arriscado além do razoável no seu plano de crescimento, acreditando, lá em 2010, em economia estável por muitos anos – o que é um erro fatal porque tempo indeterminada de estabilidade nunca existiram.

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