Delator liga entrega de propina a Gleisi, Meurer e Pizzolatti

Meurer, Cida, RB

O advogado Antonio Carlos Brasil Fioravante Pieruccini, 67, detalhou em delação premiada homologada pelo STF ter feito entregas de dinheiro em shoppings, apartamentos, estacionamentos e hotéis para pessoas ligadas a três políticos: a senadora Gleisi Hoffmann (PT), o deputado federal Nelson Meurer, na foto ao assumir a presidência do PP paranaense, e o ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC).
Os valores, segundo Pieruccini, foram providenciados pelo doleiro Alberto Youssef, um dos principais operadores do esquema de propinas na Petrobras.

Ele é o terceiro entregador de dinheiro de Youssef que aceitou fazer delação na Lava Jato. A informação é de Rubens Valente, na Folha de S. Paulo desta segunda-feira.
Segundo Pieruccini, em 2010 ele foi orientado por Youssef a fazer quatro viagens de São Paulo a Curitiba para entregar dinheiro à campanha de Gleisi, ex-ministra da Casa Civil (2011-2014). Ele contou ter ouvido de Youssef que os valores “tinham sido acertados com Paulo Bernardo”, marido de Gleisi e ex-ministro do Planejamento (2005-2011) e das Comunicações (2011-2015), e se destinavam à campanha eleitoral da candidata ao Senado.
Pieruccini disse que as entregas ocorreram em uma sala no PolloShop, localizado na rua Camões, em Curitiba, pertencente ao empresário Ernesto Kugler Rodrigues. Pieruccini levou uma caixa lacrada com a inscrição “P.B./Gleisi”.
A Pizzolatti, segundo Pieruccini, houve duas entregas em dinheiro – a primeira, de R$ 100 mil, no segundo semestre de 2009. Em depoimentos prestados à Polícia Federal, os ex-ministros Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo negaram quaisquer irregularidades na campanha de Gleisi em 2010 ao Senado.
À PF, o deputado Nelson Meurer afirmou que “nunca teve qualquer movimentação financeira com Youssef”, embora tenha estado no escritório do doleiro “duas ou três vezes”, para acompanhar outro político do PP.

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