…a Zona Velha

Zona  Velha
Fim
Segundo Guiomar, a Zona Velha acabou na primeira gestão do prefeito João Paulino Vieira Filho (1961/1964). As mulheres se transferiram para a Vila Marumby. Duas ruas sem saídas cortam a Quintino Bocaiúva: Travessas Olívia Lina e Laélia. A reportagem não conseguiu informações sobre os nomes, mas há quem diga que elas moravam ali e teriam sido homenageadas por autoridades políticas da época.
Na esquina das ruas Quintino Bocaiúva e Benjamim Constant há um terreno cercado. Ali, havia as últimas casas da Zona Velha. O aposentado Turíbio Francisco Carvalho, 88, que mora há mais de 30 anos no local, diz que lá vivia uma senhora idosa remanescente da antiga zona. “Ela ficou doente e morreu aí sozinha”, afirma. “Pra ajudar, cheguei a doar um fogãozinho a ela”.
O desempregado Paulo Marcos de Barros, 58, que mora na Zona 7 há mais de 50 anos, conta que a Zona Velha se espalhava pelo local. No terreno onde hoje está o prédio do Corpo de Bombeiros havia várias casas. Um pouco acima funcionava a Delegacia de Polícia. “Eu era moleque, mas ia lá sondar as mulheres pelo buraco da fechadura”, recorda-se.

Figurões
O militar EdgarSchamber, 65, lembra que figurões de Maringá e região frequentavam a Zona Velha. “Eu era menino, mas via chegar aqui carros de políticos, empresários, médicos, advogados”, afirma.
O imobiliarista João Alves Siqueira, 77, diz que na época de solteiro frequentava a Zona Velha. Ele lembra que na rua Quintino Bocaiúva havia um grande buraco formado pela erosão. “Isso aqui era pura terra”, conta. “Na calada da noite, a gente escutava tiros e gritos seguidos de correria, era morte ou feridos na certa”.
Muitos frequentadores da zona bebiam vinagre para evitar doenças sexualmente transmissíveis. “Diziam que o ácido matava os agentes transmissores, o que nem sempre se confirmava”, comenta Siqueira, entre risos.

Zona Velha

Reportagem em PDF aqui.

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