Frio e lepra trouxeram a morte

De acordo com o livro “Jacus e Picaretas – a história de uma colonização”, do historiador Ildeu Manso Vieira (foto), cujos exemplares só se encontram em bibliotecas e sebos, os sutis não eram donos de suas terras. Com a chegada da Companhia de Terras do Norte do Paraná que, em 1944, foi substituída pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, eles foram obrigados a deixá-las.
Segundo o livro, um dos últimos diretores da colonizadora tentou salvá-los mandando-os para uma gleba em Roncador, Oeste do Estado. Mas morreram de infecção pulmonar por causa do frio intenso naquele município. Os que restaram foram dizimados pela lepra. “Sem assistência médica e agasalhos para suportar as baixas temperaturas do planalto dos pinheirais, não resistiram”, afirma Manso.
Vicente de Castro, no livro do professor Lôr, enaltece o pioneiro Benevides Mesquita, agente da companhia, cuja função era promover desocupações: “Meu velho amigo Benevides Mesquita, o impávido que, numa bela montaria, atravessou toda essa floresta tropical, a serviço da companhia, fazia levantamento cadastral dos moradores intrusos das terras, aos quais com transbordante nacionalismo dava conselhos paternais para se afastarem logo após suas colheitas evitando o incômodo dos despejados”.

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